Cada dia que se passa mais compostos surgem para ajudar nas plantações. No entanto, para garantir que elas se desenvolvam da maneira certa, o uso de defensivo agrícola é indispensável. Para mostrar a sua importância e mostrar quais são os diferentes tipos, preparamos esse artigo, confira.
O que é defensivo agrícola?
Defensivos agrícolas são produtos químicos, físicos ou biológicos usados no controle de seres vivos considerados nocivos ao homem, sua criação e suas plantações. São também conhecidos por agrotóxicos, pesticidas, praguicidas ou produtos fitossanitários.
Dentre estes termos, o termo agrotóxico é o termo utilizado pela legislação brasileira. Entre os defensivos agrícolas ou agrotóxicos são encontrados produtos que controlam plantas invasoras (herbicidas), insetos (inseticidas), fungos (fungicidas), bactérias (bactericidas), ácaros (acaricidas) e ratos (rodenticidas).
Também são considerados defensivos agrícolas os reguladores de crescimento, que aceleram o amadurecimento e floração de plantas, por exemplo.
A importância do defensivo agrícola para as culturas
Em síntese, ao aplicar defensivos agrícolas na lavoura, o produtor rural tem o objetivo de promover a proteção das culturas contra o ataque de pragas. Sendo assim, a aplicação desses produtos visa atingir o alvo biológico, seja ele inseto, ácaro, planta daninha, fungos, bactérias, dentre outros.
Como resultado, eles ajudam a proteger a lavoura, evitando perdas e consequentemente a escassez de alimentos.
Sendo assim, o uso de defensivos agrícolas é importante, pois garante que as plantações se desenvolvam sem a interferência de pragas e doenças, garantindo assim, o aumento da produção e a lucratividade do negócio.
Tipos de defensivos agrícolas
A princípio, existem várias formas de classificar os defensivos agrícolas como: tipos de pragas (alvo), mecanismo de ação, toxicologia animal e periculosidade ambiental.
Alvo
- Na prática, os produtos químicos são separados conforme o tipo de praga. Sendo assim, eles são classificados da seguinte forma:
- Inseticidas: defensivos compostos por substâncias químicas ou agentes biológicos que controlam insetos (lagartas, percevejos, pulgões, etc.).
- Acaricidas: produtos que controlam os ácaros.
- Fungicidas: agentes físicos, químicos ou biológicos responsáveis por combater fungos, causadores de doenças nas culturas.
- Nematicidas: defensivos utilizados no controle de nematoides (vermes) parasitas de plantas.
- Herbicidas: produtos que agem na eliminação de plantas daninhas.
Tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas
É importante esclarecer que para realizar a aplicação do defensivo agrícola é necessário ter uma receita prescrita, ou seja, o receituário agronômico, feito por um engenheiro agrônomo.
Nesse sentido, para a correta aplicação do produto deve-se saber:
- O tipo de praga que está causando problema na lavoura;
- A dosagem necessária para o controle;
- As condições da área com problema.
Ademais, é preciso considerar alguns cuidados importantes durante a aplicação para garantir a segurança alimentar e eficiência na operação. Confira a seguir!
Priorize a segurança
Na prática, seguir as normas de segurança é fundamental para evitar danos à saúde do operador. Portanto, o uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) é indispensável durante o processo de aplicação.
Em geral, eles são compostos por:
- Viseira;
- Respirador;
- Touca árabe;
- Jaleco;
- Avental;
- Luva;
- Calça.
Além disso, também é necessário garantir a segurança alimentar. Para isso, o recomendado é seguir as orientações do engenheiro agrônomo, obedecendo às dosagens e aos prazos indicados entre a aplicação e o consumo.
Escolha o produto certo
A princípio, cada defensivo atua de forma diferenciada e possui um tipo de aplicabilidade específica. Então, a escolha correta vai depender do tipo de praga que está presente na lavoura.
Como vimos anteriormente, eles podem ser categorizados como fungicidas, inseticidas, nematicidas, herbicidas e acaricidas.
No entanto, além de combater fungos, insetos, nematoides, plantas daninhas e ácaros, eles também atuam com o auxílio de produtos complementares adicionados à calda, como óleos, antiespumantes e reguladores de pH, que aprimoram a eficiência da aplicação.
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Potencializa a eficiência dos herbicidas, fungicidas e inseticidas, possibilitando a redução em até 50% do uso deles.
Faça um planejamento
O planejamento é fundamental para qualquer atividade agrícola. Nesse caso, é necessário identificar as pragas e doenças presentes na lavoura e a melhor forma de combatê-las.
Após pesquisas e estudos, é preciso selecionar os defensivos que atuam exatamente sobre o alvo biológico a fim de alcançar um alto grau de eficiência no controle das pragas, sem afetar diretamente a produção.
Vale ressaltar que esse planejamento deve ser feito a cada safra. Isso porque a cada ano surgem novas variedades de pragas resistentes nas culturas.
Fique atento à pulverização
Já na aplicação, por meio da pulverização, é essencial se atentar para os detalhes. Por isso:
Selecione, regule e calibre corretamente o pulverizador, observando o volume, a velocidade e as especificações de vazão/pressão de trabalho de acordo com as recomendações do fabricante e do fornecedor do produto;
Verifique as condições meteorológicas necessárias para a aplicação a fim de evitar perdas por evaporação ou deriva. Os principais aspectos a serem considerados são a velocidade do vento e a temperatura;
Treine o operador, responsável pela aplicação, para que ele consiga adotar as melhores práticas e saiba lidar com novas tecnologias do maquinário;
Não utilize água de lagos, bebedouros ou riachos, pois podem conter resíduos que prejudicam a qualidade da calda. Além disso, os materiais orgânicos presentes nessas águas podem reagir quimicamente com os defensivos e comprometer a eficácia da aplicação.
Regulamentação dos defensivos agrícolas
Em resumo, para obter o registro, o defensivo agrícola deve passar pela avaliação de três órgãos: MAPA, IBAMA e ANVISA.
Na prática, cada um desses órgãos realiza um determinado tipo de avaliação do produto, de modo independente do outro.
Nesse cenário, o MAPA é responsável por avaliar a eficiência e o potencial de uso na agricultura. Já ao IBAMA é atribuída a avaliação ambiental, no qual é avaliado o potencial poluidor do produto, enquanto a ANVISA realiza a avaliação toxicológica do defensivo, determinando em quais condições o seu uso é seguro.
Contudo, os setores reguladores são compostos por MAPA, ANVISA e IBAMA e os setores regulados são as indústrias/empresas fabricantes, canais de distribuição (revendas, cooperativas),empresas registrantes, consultorias, prestadores de serviços e usuários (produtores).
Lei nº 7802 de 11 de julho de 1989
A Lei nº 7802 de 11 de julho de 1989, consolida as questões ligadas aos defensivos agrícolas e é regulamentada por meio do Decreto nº 4074 de 4 de janeiro de 2002. Assim, a legislação dispõe sobre:
- Experimentação;
- Produção;
- Embalagem e rotulagem;
- Transporte;
- Armazenamento;
- Comercialização;
- Propaganda comercial;
- Utilização;
- Importação e exportação;
- Destino final dos resíduos e embalagens;
- Registro;
- Classificação;
- Controle, inspeção e fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins.
Como fazer a correta aplicação de defensivo agrícola
Conforme a Embrapa, existe formas corretas de aplicação de defensivo agrícola:
- Definição de técnicas de manejo adequadas à região – Observar, entender e aplicar as recomendações para a redução máxima possível da incidência de pragas e doenças. Além disso, é importante priorizar a adoção das técnicas de Produção Integrada no controle de pragas e doenças, conforme descrito no item referente ao sistema de produção.
2. Identificação do problema e do produto adequado para seu controle – Definir o produto a ser utilizado, após identificar a praga ou doença, em conformidade com os preceitos da Produção Integrada.
3. Aquisição de produtos – O produto deve estar dentro do período de validade, com o lacre sem sinais de violação e o rótulo em perfeito estado. Devem ser adquiridos de distribuidores ou revendas autorizadas pelo fabricante.
4. Transporte – É importante ter conhecimento da legislação para transporte de cargas perigosas, como produtos fitossanitários. Boa parte dos revendedores faz entrega. Faça uso deste serviço sempre que possível. Caso não seja possível, observar o seguinte: avalie as condições do veículo e não misture a carga com medicamentos, alimentos e pessoas. Peça a ficha de emergência dos produtos. Esta ficha orienta quanto às providências e cuidados em caso de acidentes.
Tenha o kit de emergência (cones sinalizadores e placas de advertência) em bom estado e acessível. Acidentes com agrotóxicos podem trazer problemas graves para o homem e meio ambiente, assim, as principais providências devem ser isolar a área, não abandonar o veículo e usar os equipamentos de proteção individual (EPI). Em caso de vazamentos, contenha-os com materiais apropriados e recorra à polícia rodoviária, bombeiros e fabricante.
5. Armazenamento – O produto que não será usado logo depois de adquirido, deve ser guardado em local seguro, isolado, arejado e trancado para que não haja risco de contaminação ambiental ou manuseio por pessoas despreparadas. Algum material absorvente (serragem, cal e areia) deve estar disponível no local, como também extintores de incêndio, EPI e torneira com água. Devem ser utilizados avisos, alertando sobre a presença de veneno, bem como separar inseticidas, fungicidas e herbicidas, manter os produtos nas embalagens originais, armazená-los sobre estrados e deixar espaço para circulação.
6. Aplicação – O equipamento para aplicação do produto deve ser selecionado levando-se em consideração as características comportamentais do alvo biológico, os aspectos climáticos e o objetivo do uso, quer seja controle de pragas e doenças ou uso de fitorreguladores. É importante observar também o estado do equipamento (não utilizar os que apresentem vazamentos), o local onde é guardado (evitando avarias) e os cuidados com a lavagem depois do uso (se possível separar os utilizados com herbicidas daqueles com outros defensivos).
7. Aplicadores – É importante ter uma equipe especializada na aplicação dos defensivos agrícolas, com pessoal treinado e de preferência alfabetizado, para ler e entender os rótulos dos produtos, como também dispor de um técnico para acompanhar as aplicações. A aplicação adequada de um defensivo agrícola evita que ocorram problemas de ineficiência ou de danos fitotóxicos à cultura, bem como gastos desnecessários. Desta forma, esta equipe ou o aplicador deve ser treinado para definir o bico de pulverização adequado, determinar a dose recomendada e usar os EPI apropriados: viseira ou óculos, respiradores (máscaras), macacão e avental, botas e luvas.