As pragas da soja são extremamente comuns desde sempre na agricultura e infelizmente podem acabar com uma produção inteira, nesse artigo vamos falar sobre elas e como você pode se preparar para combater cada uma delas.
No Brasil, como o clima é quente e úmido, juntamente com o cultivo de duas ou mais safras no ano, faz com que as pragas se mantenham em atividade no campo.
Desde a implantação até a colheita, a cultura da soja pode sofrer ataques de diversas pragas. O conhecimento do impacto dos insetos na lavoura é essencial para que as ações preventivas e as técnicas de manejo sejam implementadas adequadamente. O monitoramento e reconhecimento das principais pragas, associados às ferramentas disponíveis para manejo integrado de insetos são aspectos fundamentais para a proteção da lavoura.
Confira abaixo quais são essas pragas e clique sobre cada uma para conhecer ainda mais e saber como manejar essas pragas tão prejudiciais para o agricultor rural atualmente.
Principais pragas da soja:
- Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
- Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)
- Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)
- Lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens)
- Lagarta preta da soja (Spodoptera cosmioides)
- Percevejo-castanho (Scaptocoris spp.)
- Tamanduá-da-soja
- Mosca-branca (Bemisia sp.)
- Tripes-da-soja (Caliothrips phaseli)
Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
A lagarta-do-cartucho ocorre nos estádios iniciais de desenvolvimento da cultura da soja e, também, nos mais avançados. Pode se alimentar de espécies de 23 famílias de plantas, por isso costuma ser uma das mais perigosas.
Ao atingir 05 cm, apresentam quatro pares de pernas no abdome, além de um par terminal, podendo obter coloração pardo-escura, esverdeada ou preta. No dorso da cabeça apresenta um “Y’ invertido, facilitando sua identificação. Ataca folhas, hastes, vagens e grãos. Na fase inicial da cultura também ataca a base do caule das plântulas. Em sua fase adulta, a mariposa possui asas anteriores cinza-escuras e posteriores cinza-claras. Seu controle ocorre pelo tratamento de sementes e aplicação de inseticidas.
Por isso, é comum que esteja em culturas usadas como cobertura, por exemplo, milheto, aveia e trigo – que serão dessecadas para o plantio da soja.
A melhor forma de manejo dessa praga da soja é realizar uma boa dessecação da cultura de cobertura para a produção de palha no Sistema Plantio Direto (SPD).
Além disso, não é recomendado o uso de inseticidas durante essa fase, mesmo que o agricultor encontre algumas lagartas.
Isso porque o plantio é feito cerca de 25 dias após a dessecação, e quando não há alimentos as lagartas ou viram pupas ou morrem.
Agora, se o plantio for feito após a dessecação e houver lagartas, aí sim será possível aplicar inseticidas tranquilamente. Entre os principais estão: tiodicarbe, metomil, clorantraniliprole, flubendiamida, espinosade e produtos fisiológicos.
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Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)
Entre as principais pragas da soja, também podemos citar a lagarta-elasmo
(broca-do-colo), que se alimenta de vários tipos de plantas. É conhecida como uma das pragas iniciais dessa cultura.
Uma lagarta pode atacar até três plantas de soja ainda em sua fase larval. Os danos costumam ser maiores quando há altas temperaturas e pouca água no solo. Por isso, é mais difícil de ser encontrada no Sistema de Plantio Direto.
Geralmente o ataque se dá no início da germinação, no entanto, quando ocorrem períodos de veranicos prolongados o dano de lagarta elasmo pode ser observado em plantas com estágios mais avançados e, nessa safra, também foi possível verificar o dano no período de janeiro, quando a planta se encontrava em estágio de desenvolvimento V7, com 25 a 30 dias após a emergência devido à estiagem nesse período do ano.
Surtos frequentes da lagarta-elasmo têm sido registrados em lavouras de soja de Mato Grosso. Capaz de levar plantas à morte, a praga gera enormes prejuízos como a necessidade de replantio, redução da densidade populacional e danos à produção. O tratamento de sementes é uma das alternativas para prevenir perdas com o inseto.
Diversos insetos ocorrem durante todo o ciclo da soja, causando danos. Entre os que atacam na fase inicial, se destaca a lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus), (Zeller, 1848), que pode provocar a morte das plantas, com poder de fogo para reduzir a densidade populacional (estande) e prejudicar a produção.
A incidência da broca-do-colo ou lagarta elasmo geralmente é cíclica, mas os surtos em soja têm sido frequentes, principalmente em solos arenosos e em anos com estiagem prolongada, na fase inicial das lavouras. Entretanto, dependendo da severidade da estiagem, atacam generalizadamente todas as variações de textura. Essa praga ocorre também em outras culturas, como milho, feijão e algodão se no momento do plantio houver um período de veranico. Costuma ser frequente em áreas novas de cultivo que estavam sob condições de pastagens degradadas ou nativas.
Na safras recentes ocorreram ataques desse inseto em todas as regiões de Mato Grosso, nas primeiras áreas semeadas, devido à falta de umidade no momento da emergência das plantas, mesmo em regiões como o norte do estado, onde não é comum a incidência de lagarta elasmo por se tratar de área onde as chuvas se iniciam com regularidade. Nessa safra observaram-se danos de elasmo e algumas áreas apresentaram necessidade de replantios, em razão da grande extensão atacada, ocasionando morte das plantas.
Normalmente, ocorre quando há chuvas bem distribuídas, durante os primeiros 30 dias de desenvolvimento da soja.
O controle químico é menos indicado em razão da posição em que essa praga fica instalada na planta.
Assim, o agricultor pode realizar o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos como o BTKill da JCO
Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)
Uma espécie bastante comum, pequena possui coloração totalmente verde e quatro pares de pernas no abdômen. Ao atingir 15 mm, elas podem apresentar coloração verde ou preta, com três linhas longitudinais brancas no dorso e quatro pares de pernas abdominais, e mais um par de pernas terminal.
Em sua fase adulta, a mariposa pode apresentar coloração cor variável do marrom-escuro ao cinza-claro. Inicia seu ataque perfurando as folhas e alimenta-se de toda folha, inclusive das nervuras. A tecnologia INTACTA também é uma excelente maneira de controle dessa lagarta.
Durante a safra, chega a apresentar até quatro gerações, com ciclo biológico de aproximadamente 30 dias. Além disso, se alimenta de folhas, flores e vagens.
Quando o ataque é muito intenso, as lagartas assumem coloração preta com listras brancas, por causa da competição por alimentos.
O controle com inseticidas reguladores de crescimento é o mais indicado para o controle dessa praga.
Quando se utiliza soja com tecnologia Bt, o agricultor deve implementar áreas de refúgios em pelo menos 20% da área cultivada com a soja transgênica.
Lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens)
A falsa-medideira, entre as principais pragas da soja, é uma das mais fáceis de ser reconhecida; afinal, ela costuma se deslocar dobrando o corpo (medindo palmos).
Apresenta coloração verde-clara com linhas longitudinais brancas e pontuações pretas. Na fase adulta, a mariposa se torna marrom com duas manchas prateadas no centro do primeiro par de asas. As lagartas danificam o parênquima, sem tocar nas nervuras das folhas. A tecnologia INTACTA também é uma excelente maneira de proteção contra essa lagarta.
A fase reprodutiva da cultura é quando a lagarta causa mais desfolha. Por isso, dizem que ocorre desde as primeiras folhas até o enchimento dos grãos; se estiver no período de seca, será ainda mais intenso.
O agricultor deve iniciar o controle assim que verificar 20 lagartas grandes (igual ou maior que 1,5 cm) por metro de fileira; quando a desfolha atingir 30% antes da floração; 15% quando aparecerem as primeiras flores.
As lagartas podem ser controladas através de parasitoides de ovos do gênero Trichogramma e uso de micro-organismos entomopatogênicos (Beauveria bassiana, Bacillus thuringiensis).
Existem diversas vantagens do uso dessa tecnologia, como:
- eficiência de controle;
- facilidade de multiplicação;
- dispersão;
- produção em laboratório e aplicação a campo (EMBRAPA, 2013).
A utilização de fungicidas, principalmente para controle de ferrugem, reduziu a ocorrência natural de fungos entomopatogênicos, estes que eram os responsáveis pela mortalidade natural da praga (IRAC, 2016). O controle biológico deve ser realizado de forma integrada, já que possui menor eficiência e controle mais lento (PROMIP, 2019).
Podem ser usados inseticidas reguladores de crescimento durante a fase de fechamento das fileiras e a soja transgênica Bt.
Lagarta preta da soja (Spodoptera cosmioides)
Os ovos dessa lagarta são depositados em massa nas folhas. Em sua fase inicial, possui coloração marrom, passando para a cor cinza, castanhas ou pretas com listras brancas, marrons ou alaranjadas. Em seus últimos estágios, sua cor se torna preta-brilhante com pontuações douradas ou brancas. Na fase adulta, a mariposa apresenta asas posteriores com coloração branca. Essa lagarta se alimenta de vagens e grãos, assim como folhas. Para o seu controle, o ideal é utilizar produtos registrados para essa cultura.
Como controlar a Lagarta preta da soja
Além do uso equilibrado de inseticidas, o controle cultural, biológico e até mesmo químico pode ser utilizado.
Para prosseguir com esses controles, é essencial que você siga o MIP (Manejo Integrado de Pragas). Essa é uma forma de garantir um controle eficiente da lagarta-preta e de outras pragas.
Manejo cultural
Medidas que visem à preservação dos inimigos naturais são fundamentais para evitar altas populações da lagarta. Usar produtos fitossanitários seletivos é essencial.
Rotação de culturas e eliminação de plantas daninhas hospedeiras podem auxiliar na redução da população da praga.
No entanto, é importante lembrar que muitas culturas são hospedeiras. Conhecer todas essas plantas é uma etapa importante no planejamento de rotação.
Manejo biológico
No controle biológico, utilizam-se vírus como o Baculovírus. É importante identificar corretamente a lagarta para usar o Baculovírus apropriado.
No caso da lagarta preta, estudos afirmam que o controle ocorre de forma satisfatória com o Baculovírus frugiperda.
Manejo químico
Inseticidas do grupo dos piretróides devem ser evitados. Afinal, eles não são seletivos.
Os produtos registrados para a cultura da soja, no controle da lagarta-preta, incluem os grupos químicos:
- metilcarbamato de oxima;
- álcool alifático.
No entanto, esses produtos apresentam alta toxicidade ao meio ambiente. Eles podem interferir na população de inimigos naturais.
Outras opções existentes, incluem reguladores fisiológicos, como os dos grupos das diamidas e espinosinas. Esses produtos, porém, não são registrados para o controle desta lagarta.
Percevejo-castanho (Scaptocoris spp.)
O percevejo-castanho é um inseto que ocorre em todo o Brasil, e causa danos em diversas culturas. É uma espécie de hábito subterrâneo, que insere seu aparelho bucal nas raízes das plantas e se alimenta da seiva. Ao se alimentarem injetam toxinas que reduzem o crescimento da planta.
O percevejo-castanho também está entre as principais pragas da soja. Trata-se de um inseto polífago de hábito subterrâneo e costuma atacar um grande número de plantas hospedeiras.
É fácil de ser identificado em virtude do seu odor forte quando o agricultor mexe no solo.
No Brasil, as principais espécies de percevejos-castanhos associadas à cultura da soja são Scaptocoris castanea, S. carvalhoi e S. buckupi.
Ele começa sugando a seiva nas raízes da soja e causa sintomas que podem ser confundidos com deficiência nutricional ou doença, já que destroem as raízes da soja e os nódulos de fixação biológica de nitrogênio.
Desse modo, afeta negativamente o estabelecimento do estande, o vigor e o desenvolvimento das plantas.
Os danos têm sido mais frequentes no Mato Grosso, em Goiás e no Mato Grosso do Sul, onde há predominância de solo arenoso.
O controle do percevejo-castanho é preventivo. Por isso, é importante realizar o monitoramento por meio de amostragens, antes da instalação da lavoura.
Além disso, a alteração da época de semeadura e a aplicação de inseticidas no sulco de semeadura também funcionam no manejo.
O controle biológico está em fase de estudos para ser realizado por meio de fungos entomopatogênicos (Metarhizium anisopliae).
Tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus)
O tamanduá-da-soja também é conhecido como bicudo ou cascudo. Costuma se alimentar de plantas jovens.
Uma das formas mais eficazes de controle é por meio de amostragens nos talhões em que foram notados ataques severos na safra anterior ou durante a entressafra.
A rotação de cultura com milheto, Crotalaria juncea e mucuna-preta, por exemplo,é uma técnica muito boa também.
Além disso, assim que os adultos começarem a emergir, o controle pode ser feito com inseticidas ou tratamento de sementes com fipronil, tiametoxam.
Mosca-branca (Bemisia sp.)
O agricultor que está conhecendo as principais pragas da soja deve se atentar à mosca-branca. Trata-se de um inseto sugador que pode transmitir o vírus em plantas como a soja.
Ele também libera parte da seiva sugada na planta, onde o fungo fumagina se desenvolverá.
Os danos são causados na fase vegetativa ou reprodutiva da cultura da soja. No entanto, o ataque é mais comum durante o enchimento de grãos, sendo
favorecido por períodos de estiagem prolongada e quentes.
O controle pode ser feito pela escolha da melhor época de semeadura, eliminação de plantas hospedeiras, rotação de culturas e seleção de inseticidas efetivos.
O período de vazio sanitário, usado durante o controle da ferrugem-asiática, também pode ser uma ótima ferramenta de controle para essa praga.
Inseticidas:
- Controle de formas jovens da mosca-branca: piriproxifem, espiromesifen e a mistura spirotetramat + imidacloprido.
- Controle de adultos: endosulfam.
O tratamento de sementes com inseticidas neonicotinoides também pode ajudar a reduzir ou retardar o estabelecimento da praga.
Tripes-da-soja (Caliothrips phaseli)
Os tripes são insetos pequenos (1 mm a 1,5 mm de comprimento). Na fase adulta, têm coloração escura e aparelho bucal raspador que usam para perfurar e desgrudar os tecidos vegetais.
Isso permite que absorvam os sucos celulares, um de seus alimentos. Já nas etapas juvenis, as larvas ou ninfas são de cor amarela e permanecem predominantemente no dorso das folhas.
Uma das formas de controle dessa praga são rotações com plantas gramíneas. Já os adultos, arrastados pelo vento, podem colonizar as plantações de qualquer maneira e independentemente de seu antecessor.
Por isso, é necessário fazer tratamento rápido e completo e, depois, continuar observando para evitar novos focos de propagação.
Neste artigo, você, agricultor, pôde conhecer as oito principais pragas da soja, lembrando que no Brasil existem várias espécies.
Não importa qual seja, é indispensável que se realize o Manejo Integrado de Pragas (MIP), como controle e forma de evitar gastos extras.
Cada praga tem sua peculiaridade, mas pode ser que o tratamento de sementes já seja o suficiente para um bom controle. Caso tenha dificuldades, não hesite em buscar ajuda de um especialista.
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Fontes: terramagna