O extrato pirolenhoso é produzido pela condensação da fumaça durante o processo de queima da madeira na ausência de oxigênio, processo denominado de pirólise. É mais comum a produção deste líquido durante a produção do carvão vegetal, mas pode ser produzido também pela queima de outros
materiais orgânicos (casca de arroz orgânico, material de poda, serragem, entre outros).
Continue lendo esse artigo que iremos te ensinar como é feito o Extrato Pirolenhoso passo a passo.
Qual é a origem do Extrato Pirolenhoso ou ácido pirolenhoso?
Ácido pirolenhoso tem sido utilizado no Japão, China, Indonésia, Finlândia, Malásia, entre outros
3Informação Técnica sobre Extrato Pirolenhoso países, como um agente antisséptico, anti-inflamatório e antialérgico. Também é citado no Japão como produto que, adicionado na água em lavandaria, facilita a remoção de sujeira, além de aliviar danos causados por detergentes químicos residuais e manter o efeito antibacteriano na roupa.
O ácido ou extrato pirolenhoso é um composto de diversas substâncias e sua obtenção e utilização ocorreu no Japão. A produção do Extrato Pirolenhoso, ganhou força durante a II Guerra Mundial, com a fabricação de alcatrão e carvão para energia.
O ácido pirolenhoso (vinagre de madeira) foi investigado pelo químico alemão Johann Rudolph Glauber.] O ácido foi usado como substituto do vinagre. Também foi usado topicamente para tratar feridas, úlceras e outras doenças.
Durante a Guerra Civil dos Estados Unidos, tornou-se cada vez mais difícil para os Estados Confederados da América obter o sal tão necessário. A cura de carne e peixe com ácido pirolenhoso foi tentada pelos cozinheiros para compensar essa deficiência, mas foi insuficiente.
No século XIX, o ácido pirolenhoso foi usado para preparar um de sulfacetato de alumínio mordente impuro para uso com algodão, mas a mistura resultante conferiu um odor de queimado ao algodão, e Ganswindt recomendou que seu uso fosse abandonado em favor de preparações mais puras em 1899.
Em 1895, o ácido pirolenhoso foi comercializado pela primeira vez sob a marca Wright’s Liquid Smoke, um produto de fumaça líquida destinado a conferir o sabor e alguns dos efeitos conservantes da madeira defumada a carnes e vegetais. No início do século 21, as preocupações com os efeitos cancerígenos dos componentes da fumaça da madeira diminuíram a produção de alimentos fortemente defumados em favor de fumos mais leves e fumaça líquida para alimentos.
Depois disso o líquido do Extrato Pirolenhoso começaram a experimentar nas lavouras. Observava-se que havia uma melhora na qualidade das culturas.
Com o final da Guerra e o uso do petróleo como fonte energética combustível, a produção de carvão e alcatrão vegetal foram deixadas de lado.
Entretanto, atualmente no Brasil, esse processo e produto começa a chamar a atenção de empresas, produtores e pesquisadores diante do cenário mundial da crise energética dos combustíveis fósseis, as questões ambientais e pelo fato do Brasil utilizar muito o processo de carbonização da madeira ou produção de carvão.
O que é o extrato pirolenhoso?
Veja em detalhes nesse artigo: https://florenceprovegetal.com/extrato-pirolenhoso-para-que-serve/
Assim, mais especificamente, extrato pirolenhoso pode ser definido como um ácido carboxílico de mistura complexa, proveniente de compostos derivados de diversas reações químicas dos componentes da madeira (celulose, hemicelulose, lignina, compostos fenólicos, entre outros), após aquecimento
e condensação dos vapores gerados durante a pirólise, em ambiente livre de oxigênio.
Ácido Pirolenhoso ou Extrato Pirolenhoso
É o líquido resultante do processo de condensação da fumaça proveniente da carbonização controlada de madeiras. O EP contém cerca de 200 substâncias, predominando o ácido acético.
Ácido ou Extrato Pirolenhoso (EP) – é o produto obtido da condensação da fumaça no processo de pirólise (carvão ) da madeira mediante equipamento específico e queima controlada da madeira.
Veja em detalhes nesse artigo: https://florenceprovegetal.com/extrato-pirolenhoso-para-que-serve/
Qual é a utilidade do extrato pirolenhoso?
Na Agricultura Natural é conhecido e utilizado como condicionador do solo, bioestimulante vegetal, indutor de enraizamento, repelente de insetos,”também usado como potencializador de herbicidas diminuindo o uso de produtos químico, já que tem ação dilatadora dos poros da planta com isso a dosagem do herbicida pode ser reduzida a metade porem o efeito vai ser dobrado, contribuindo com a diminuição do uso de agroquímicos na agricultura convencional.
Pulverizado na parte aérea pode ser aplicado no cultivo de grandes culturas, frutas, legumes, hortaliças, feijões, girassol, café, cana de açúcar, batata, flores, cultivo de florestas, dentre outras espécies de culturas.
Os óleos leves – podem ser usados para melhoria das características físico-química-microbiológica do solo.
Quais são as etapas de como é feito o Extrato Pirolenhoso?
Construção do Forno
Chaminés
A Madeira
Produção
Decantação
Destilação
Engarrafamento
Modo de usar
1. Construção do forno
Os fornos para produção de EP Seguem basicamente a mesma concepção dos Fornos de produção de carvão vegetal.
Entre os vários modelos de fornos temos o forno de encosta ou o forno tradicional de superfície ( como o da foto ao lado ). Os fornos de construção simplificada usando somente tijolos de barro e barro para assentamento.
Para construção deve se contratar um “forneiro” prático.
2. Chaminés
A produção do EP se faz através do resfriamento natural da fumaça gerada no processo de carbonização da madeira – fabricação do carvão.
A coleta se faz com um jogo de duas chaminés. A primeira é a própria chaminé representada pela saida direta da fumaça do forno. A segunda, é instalada sobre a saída da primeira em ângulo de 30º à 40º e distante cerca de 25 à 30 cm da extremidade da primeira chaminé.
O material da 2º chaminé pode ser feito de tubo metálico em aço inoxidável ou material cerâmico na porção inicial e depois com tubos de PVC. Outros materiais como o aço galvanizado não servem pois são corroidos pelo EP.
3. Madeira
A maioria das madeiras servem para produção de carvão e do EP. Pode-se ainda colocar toras residuais do cultivo de Shiitake, galhos, restos de casca de árvores e até mesmo folhas.
É necessário secar a madeira para a utilização dentro do forno.
O EP obtido da carbonização do bambu é reconhecidamente considerado de excelente qualidade.
Algumas espécies de madeira, tal como o pinus, produzem EPB de menor qualidade pois tendem a gerar mais alcatrão.
4 . Produção do Extrato Pirolenhoso
Carga do forno – A madeira deve ser empilhada dentro do forno evitando ao máximo os espaços vazios entre as toras.
A carga deve ser completa e na parte central inferior deve se deixar espaço para colocar material de fácil combustão, tal como galhos finos, palhas etc. afim de facilitar o acendimento inicial do forno.
5. Decantação
O forno de superfície deve ser protegido da chuva afim de assegurar maior durabilidade do mesmo.
Para maior eficiência e rapidez na secagem recomenda-se construir ao lado uma área de secagem de madeiras, que pode ser uma cobertura com filme plástico como a foto ao lado.
Para se ter um EP de boa qualidade é importante controlar a queima da madeira de forma a manter a fumaça branca e fria. Esse controle se faz regulando a entrada de ar pela válvula.
Para se obter um EP de boa qualidade o controle da temperatura da fumaça é de fundamental importância. A temperatura ideal da fumaça na saída da primeira chaminé é de 80º C ~150º C.
Normalmente a fase inicial da carbonização contém mais água e formaldeido, portanto não se deve iniciar a coleta nesta fase. Por outro lado, na fase final de carbonização há maior concentração de alcatrão o que prejudica a qualidade do EP.
Em termos práticos a coleta do EP inicia-se quando a fumaça adquire coloração branca, opaca e espessa. Neste ponto, reduz-se a entrada de ar.
Durante o processo a fumaça irá adquirir gradativamente a cor amarelada e o liquido cada vez mais escuro ( alcatrão ) quando a coleta deve ser interrompida. Quando a fumaça se tornar menos densa, neste momento retira-se a 2º chaminé e quando a fumaça se tornar azulada/transparente fecha-se o forno completamente afim de abafá-lo e resfriá-lo.
O processo completo gira em torno de 15 à 20 dias. Porém a decantação ideal é em torno de 6 meses.
O extrato pirolenhoso de boa qualidade deve ser livre de alcatrão. Um produto de qualidade tem coloração avermelhada a amarelada e é transparente. Ele não é concentrado, diluído ou misturado, e é
refinado com carvão ativado para eliminar impurezas. Seu odor é de defumados, seu pH é entre 2,3 a 3,0, e sua densidade varia de 1,010 a 1,020 na temperatura de 15ºC.
O odor característico é o cheiro agradável de defumados. Nossa metodologia de extração estão
dentro dos limites considerados seguro, sem perigo de contaminação, visto que é purificado de alcatrão e impurezas, requerendo meses de decantação. A nossa coleta é cuidadosa, com temperatura estritamente controlada.
Côr da fumaça | condensado | Temperatura saída chaminé 1 ( º C ) | Temperatura dentro do forno ( º C ) | Observações | Fases |
Branca opaca | Vapor dágua | 80 ~ 82 | 320 ~350 | Temperatura fase inicial | Pré coleta |
Amarelo acinzentado claro | Liquido amarelo | 82 ~85 | 350 ~380 | Fumaça densa com odor característico | Início da coleta |
Amarelo acinzentado claro | Liquido marrom | 90 ~100 | 380 ~400 | Liquido com cor e ligeiramente viscoso | Coleta |
Amarelo esbranquiçado | Resina liquida | 100 ~150 | 400 ~ 430 | Aumento da viscosidade | Coleta |
Amarelo esbranquiçado | Resina viscosa | 150 ~170 | 430 ~ 450 | | Final da coleta |
Branco translucido | Resina empelotada | 180 ~ 230 | 450 ~ 500 | Odor característico | |
Azul | Sólidos quebradiços | 350 ~ 380 | 540 ~ 680 | | |
Transparente | | 360 ~ 380 | 700 ~ 800 | | |
tabela composição ideal6. Destilação do Extrato Pirolenhoso
O Extrato Pirolenhoso pode ser purificado por destilação para produção do Extrato Pirolenhoso Processado.
Esse processo se faz quando se quer obter um produto mais puro e livre de substâncias indesejáveis e se faz através de aquecimento do EP e a condensação do vapor em serpentina.
O aspecto do produto se torna cristalino e claro.
O EP Botânico também é indicado para utilização em alimentos e rações animais.
7. Engarrafamento – embalagens
Caminhão de entrega BotânicoRemessa Botânico8. Utilizações do Extrato Pirolenhoso e derivados.
Óleos leves – podem ser aplicados ao solo misturados com o EP, para melhoria das qualidades fisico-química- biológica do solo.
Extrato – Aplicando se sobre o solo e coberto com camada fina de terra, combatem lesmas, centopéias e outros insetos daninhos.
Colocado em recipiente aberto de boca larga funciona como repelente de insetos devido ao odor desagradável aos insetos.
9. Utilizações do Extrato Pirolenhoso na Agricultura
Melhoria da qualidade de folhas e frutos – Pulverizações – diluição 1/300 a 1/1000 – aplicação 1 vez a cada 7 a 20 dias. Período de carência 14 dias.
Combate à pragas pré plantio – Pulverizações – diluição 1/30 a 1/100 – 3 à 7 dias antes do plantio.
Combate à pragas pós plantio – Pulverizações – diluição de 1/100 uma vez por semana até eliminação do problema.
EP + Defensivo – diluição 1/500 a 1/ 1000 – acrescentado na diluição dos defensivos quimicos , reduz em até 50% a necessidade deste sem perda da eficiência. O EP. é ácido, por isso não se deve misturá-lo com substâncias ou soluções básicas, como a Calda bordalesa.
Compostagem – Diversos tipos de compostagem são afetados positivamente com a adição do EP , devido à sua ação sobre a fermentação.
O EP na dosagem de 0,30% a 1 % tem efeitos benéficos sobre a assimilação de nutrientes devido ao aumento da flora intestinal.
Eliminação de mau cheiro – Pulverização ou incorporação de solução aquosa 1/50 sobre dejetos de animais ou material orgânico em decomposição.