A lagarta preta da soja, cientificamente conhecida como Anticarsia gemmatalis, é uma das principais pragas que afetam as plantações de soja em todo o Brasil e em outras partes do mundo. Este inseto, pertencente à ordem Lepidoptera e à família Erebidae, representa uma ameaça significativa para os produtores de soja, podendo causar danos substanciais às lavouras se não for identificado e controlado adequadamente.
Neste artigo, abordaremos em detalhes como identificar a presença da lagarta preta da soja em sua plantação e quais são as estratégias mais eficazes para controlar essa praga, garantindo assim a saúde e a produtividade de sua lavoura.
Características da lagarta-preta
A identificação precoce da lagarta preta da soja é crucial para o sucesso no controle dessa praga. Os produtores devem estar atentos aos sinais de sua presença desde os estágios iniciais de desenvolvimento da cultura. As lagartas recém-eclodidas são pequenas, medindo cerca de 3 mm de comprimento, e têm coloração verde-clara.
À medida que crescem, podem atingir até 40 mm de comprimento e sua coloração varia de verde a marrom-escuro, quase preto, daí o nome “lagarta preta”. Uma característica distintiva é a presença de listras longitudinais claras ao longo do corpo. Além disso, quando perturbadas, as lagartas tendem a se contorcer vigorosamente, um comportamento que pode auxiliar na identificação.
A lagarta preta é uma das principais pragas da soja, causando prejuízos significativos às lavouras. Por isso, o controle eficiente desta praga é essencial para garantir a produtividade da cultura.
O primeiro passo para o controle eficaz da lagarta preta é monitorar o seu crescimento e desenvolvimento nas lavouras. Isto pode ser feito através do uso de armadilhas luminosas ou inseticidas. Quando os adultos são capturados nas armadilhas, é importante identificar os ovos para que seja possível determinar a densidade populacional e tomar as medidas de controle necessárias.
Os ovos da lagarta preta podem ser encontrados nas folhas das plantas, sob a forma de um casulo branco que contém até 50 ovos.
A lagarta-preta é capaz de se alimentar de diversas espécies de plantas. Isso inclui plantas nativas, daninhas e grandes culturas.
Conhecer as espécies hospedeiras é muito importante para o manejo e controle da lagarta.
A semeadura de espécies hospedeiras pode gerar aumento significativo da população de lagartas na cultura e nas culturas posteriores.
Isso causa prejuízos já no estabelecimento da população de plantas, pois o estande inicial pode ser comprometido.
Condições ideais para o desenvolvimento da lagarta preta da soja
A depender da temperatura, a lagarta preta pode produzir mais ou menos gerações em um ano agrícola.
As melhores temperaturas para a lagarta giram em torno de 25 °C a 28 °C.
Culturas atacadas pela lagarta preta da soja
Os ataques da lagarta-preta podem acontecer em diversas culturas. Soja, milho, trigo, feijão e café são alguns exemplos.
É comum que culturas sem índice de ocorrência da lagarta-preta comecem a sofrer com a praga.
O uso errado de inseticidas de amplo espectro e outras moléculas químicas faz com que esta população de inimigos naturais seja eliminada.
Como consequência, há desequilíbrio e aumento da população das lagartas nas áreas de cultivo.
Por isso, é necessário que as aplicações visando ao controle sejam feitas racionalmente. É necessário avaliar a lavoura e a real necessidade do uso do produto.
A depender das pragas e doenças, utilizam-se critérios para avaliar se o custo da aplicação compensa os danos econômicos.
Danos causados pela lagarta-preta na lavoura
Os danos causados pela lagarta preta da soja são principalmente relacionados à desfolha. Inicialmente, as lagartas jovens se alimentam raspando as folhas, deixando pequenos orifícios. Com o crescimento, passam a consumir as folhas a partir das bordas, podendo chegar a desfolhar completamente a planta em casos de infestações severas.
Em situações extremas, podem atacar também as vagens e os caules. O monitoramento regular da lavoura é essencial para detectar os primeiros sinais de infestação, que incluem folhas com perfurações, presença de fezes das lagartas nas folhas e no solo, e, é claro, a visualização das próprias lagartas.
Os danos causados pela lagarta-preta são:
- Intensa desfolha, principalmente pela capacidade de consumir o dobro de área foliar em comparação a outras espécies de lagartas;
- Danos em vagens e grãos, afetando a qualidade do produto final e a reduzindo a produtividade da cultura.
Danos causados pela lagarta preta na cultura da soja. Os danos são provocados pela “raspagem” e consumo do tecido foliar, provocando furos nas folhas
(Fonte: Moreira e Aragão, 2009)
Como identificar a lagarta preta da soja no campo?
A lagarta-preta pertence ao gênero Spodoptera sp. Esse gênero possui 30 espécies, e 15 delas causam danos nas culturas agrícolas.
A coloração dos ovos, da larva e das mariposas são utilizados na identificação.
Aspecto visual de adulto macho, dos ovos, da lagarta-preta e das pupas
(Fonte: Teodoro, 2013)
Os ovos da lagarta tem coloração amarelada. Eles são postos em massa na parte inferior das folhas das plantas hospedeiras, próximos à nervura central.
Os ovos são recobertos pela fêmea por algo semelhante a algodão, como forma de proteção. Uma fêmea pode colocar de 30 até 300 ovos, a depender das condições ambientais.
Aspecto da massa de ovos da lagarta preta
(Fonte: Fonseca, 2006)
A lagarta preta possui o corpo escuro, a depender do seu estágio de desenvolvimento.
A característica marcante dessa espécie é a presença de listras de uma extremidade do corpo até a outra. Essas listras são alaranjadas, e vêm acompanhadas de pontos brancos e triângulos pretos.
O ciclo de vida na cultura da soja pode ser em média 48 dias. O ciclo depende da temperatura do local.
Este período engloba desde a fase de pupa até a emergência das mariposas.
É importante ressaltar que as mariposas têm hábitos noturnos. Elas são mais vistas durante a noite.
As lagartas são encontradas nas partes inferiores das plantas. Isso dificulta que os produtos fitossanitários de controle a alcancem.
Além disso, as lagartas podem ser encontradas com diferentes colorações, em função a fase de desenvolvimento. Elas podem ter coloração cinza-clara, castanha ou pretas.
Ciclo de vida da lagarta-preta
Como diferenciar as principais lagartas do complexo Spodoptera sp.
Spodoptera frugiperda
A Spodoptera frugiperda (lagarta-militar) possui formato de Y invertido na região da cabeça.
Ela tem quatro quadrados pretos na região posterior da cabeça. Além disso, possui listra de cor creme na lateral do corpo com pontuações.
Detalhes morfológicos para identificação de S. frugiperda
(Fonte: Marsaro Júnior, 2016)
Spodoptera eridania
A Spodoptera eridania possui como característica principal triângulos negros ao longo de todo comprimento do corpo.
Além disso, ela tem uma listra branca ou amarelada interrompida por uma mancha escura. Essa mancha não chega até a região da cabeça.
Indicação dos triângulos negros distribuídos por todo corpo de S. eridania. A listra branca ou amarela é interrompida no primeiro segmento abdominal, não chegando até a região da cabeça
(Fonte: De Freitas e colaboradores, 2019)
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Controle e manejo da largata-preta
Para um controle eficaz da lagarta preta da soja, é essencial adotar uma abordagem de Manejo Integrado de Pragas (MIP). Essa estratégia combina diferentes métodos de controle, visando não só eliminar a praga, mas também minimizar os impactos ambientais e econômicos. O MIP engloba práticas culturais, controle biológico, uso de variedades resistentes e, quando necessário, aplicação de inseticidas. A escolha do método ou da combinação de métodos mais adequada dependerá do nível de infestação, do estágio de desenvolvimento da cultura e das condições ambientais.
Você pode gostar de ler em mais detalhe sobre Manejo Integrado de Pragas (MIP).
O controle cultural é uma das primeiras linhas de defesa contra a lagarta preta da soja. Práticas como a rotação de culturas, o plantio na época recomendada e o manejo adequado do solo podem reduzir significativamente a incidência da praga.
A rotação de culturas, por exemplo, interrompe o ciclo de vida do inseto, dificultando sua proliferação. Já o plantio na época correta ajuda a sincronizar o desenvolvimento da cultura com períodos de menor pressão da praga. O manejo adequado do solo, por sua vez, pode eliminar pupas que estejam presentes no solo, reduzindo assim a população de insetos na safra seguinte.
Além do uso equilibrado de inseticidas, o controle cultural, biológico e até mesmo químico pode ser utilizado.
Manejo cultural – Lagarta preta da soja
O controle cultural é uma das primeiras linhas de defesa contra a lagarta preta da soja. Práticas como rotação de culturas, plantio na época recomendada e manejo adequado do solo podem reduzir significativamente a incidência da praga. A rotação de culturas, por exemplo, interrompe o ciclo de vida do inseto, dificultando sua proliferação.
O plantio na época correta ajuda a sincronizar o desenvolvimento da cultura com períodos de menor pressão da praga. Já o manejo adequado do solo pode eliminar pupas presentes, reduzindo assim a população de insetos na safra seguinte.
Medidas que visem à preservação dos inimigos naturais são fundamentais para evitar altas populações da lagarta. Usar produtos fitossanitários seletivos é essencial.
Rotação de culturas e eliminação de plantas daninhas hospedeiras podem auxiliar na redução da população da praga.
No entanto, é importante lembrar que muitas culturas são hospedeiras. Conhecer todas essas plantas é uma etapa importante no planejamento de rotação.
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Manejo biológico – Lagarta preta da soja
O controle biológico tem se mostrado uma alternativa eficaz e ambientalmente amigável para o manejo da lagarta preta da soja.
Existem diversos inimigos naturais que podem ser utilizados, como parasitoides, predadores e patógenos. Entre os mais eficientes, destaca-se o Baculovirus anticarsia, um vírus específico que infecta e mata as lagartas.
A aplicação deste vírus na lavoura pode reduzir significativamente a população da praga sem causar danos ao meio ambiente ou à saúde humana. Além disso, insetos predadores como as vespas e percevejos predadores, bem como parasitoides como as microvespas do gênero Trichogramma, podem ser introduzidos ou incentivados na área de cultivo para auxiliar no controle natural da praga.
No controle biológico, utilizam-se vírus como o Baculovírus. É importante identificar corretamente a lagarta para usar o Baculovírus apropriado.
No caso da lagarta preta, estudos afirmam que o controle ocorre de forma satisfatória com o Baculovírus frugiperda.
A bula do produto indicado diz que o produto é indicado para a cultura do milho, mas pode ser aplicado em todas as culturas que apresentem as pragas alvo:
- Spodoptera frugiperda;
- Spodoptera cosmioides.
Mas, atenção: para um controle eficiente, as condições ambientais para aplicação devem ser favoráveis. O horário da aplicação também é relevante. Evite períodos quentes e de baixa umidade relativa do ar.
Evite aplicações antes das 17 horas. Assim, você não terá interferência da temperatura e da radiação solar intensa da tarde.
Evitar o escorrimento do produto. Fique de olho para que toda a planta seja recoberta pelo produto. Afinal, o contato entre a lagarta e o produto precisa acontecer.
Aplique o Baculovírus quando presença da lagarta for constatada entre 10 a 15 dias após a germinação. Você pode realizar uma segunda aplicação entre 17 e 22 dias após a primeira.
Durante a aplicação, a calda deve permanecer em agitação, para que o produto seja sempre diluído e distribuído na área de forma homogênea.
O bico mais recomendado é o do tipo leque.
Manejo químico – Lagarta preta da soja
Inseticidas do grupo dos piretróides devem ser evitadosO manejo químico da lagarta preta da soja requer cuidados especiais na escolha dos inseticidas. Embora os piretróides sejam uma opção, seu uso deve ser evitado devido à falta de seletividade, que pode afetar negativamente os inimigos naturais da praga.
Entre os grupos químicos registrados para o controle da lagarta-preta na cultura da soja, destacam-se:
- Metilcarbamato de oxima
- Álcool alifático
No entanto, é importante ressaltar que esses produtos apresentam alta toxicidade ao meio ambiente e podem interferir significativamente na população de inimigos naturais, o que pode comprometer o equilíbrio ecológico da lavoura.
Outras opções que têm mostrado eficácia, embora não sejam registradas especificamente para o controle desta lagarta, incluem os reguladores fisiológicos, como:
- Diamidas
- Espinosinas
O uso de organofosforados também pode ser considerado para potencializar o controle, mas deve ser feito com cautela e seguindo rigorosamente as recomendações técnicas.
Uma estratégia preventiva eficaz é o tratamento de sementes, especialmente quando já se constata a presença da lagarta na área antes mesmo da germinação. Produtos como tiametoxam e fipronil podem ser utilizados para este fim, proporcionando proteção inicial às plantas.
É fundamental lembrar que o uso de qualquer produto químico deve ser feito de forma criteriosa, respeitando as doses recomendadas, o período de carência e as normas de segurança. Além disso, a rotação de princípios ativos é essencial para prevenir o desenvolvimento de resistência por parte das pragas.
O manejo químico deve ser sempre considerado como parte de uma estratégia mais ampla de Manejo Integrado de Pragas (MIP), combinando-o com outras técnicas de controle para garantir uma proteção eficaz e sustentável da lavoura de soja contra a lagarta preta.
Em conclusão, o controle eficaz da lagarta preta da soja demanda uma abordagem integrada e proativa. A identificação precoce, o monitoramento constante e a implementação de um conjunto diversificado de estratégias de manejo são fundamentais para manter essa praga sob controle e garantir a produtividade das lavouras de soja. À medida que novas tecnologias e métodos de controle são desenvolvidos, é essencial que os produtores se mantenham atualizados e dispostos a adaptar suas práticas de manejo. Com uma gestão adequada, é possível minimizar os danos causados pela lagarta preta da soja e assegurar uma produção sustentável e economicamente viável deste importante grão.
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